desembréia de deus
  • Home
  • A Desembréia
    • no Volante
    • na Estrada
    • na Paisagem
      • Acontece!
      • Cidade Revelada
      • De Boca Cheia
      • Feira Livre, Feira Viva
      • Rastro & Rabisco
      • Solta o Som, SP!
      • Verde que te quero viva
      • Você Sabia?
    • em Números
    • no Pensamento
  • Albums
  • Blog
  • Frei e-Uber
  • Contato
23 de março de 2025 por Luze Azevedo

Yas, You Can: A Abelha e o Baixo

Yas, You Can: A Abelha e o Baixo
23 de março de 2025 por Luze Azevedo

Carona de Palavras

Yas, You Can: A Abelha e o Baixo

As folhas estão caindo por toda parte… é hora de pegar meu caminho.

Carona de Palavras

Tudo começou com John Paul Jones e seu baixo hipnótico em Ramble On. Enquanto Robert Plant cantarolava sobre “folhas caindo” e “cheiro de chuva”, eu me perguntava se o Led Zeppelin tinha previsto meu destino: dali a três quarteirões, uma enxurrada de coincidências iria desabar sobre o Desembréia.

Primeiro, encontrei Yas, a modelo-gastrônoma que veio do Espírito Santo pra conquistar SP com um diploma secreto e um sorriso que brilha mais que o letreiro da Faria Lima. Depois, uma abelha polinizadora de histórias decidiu que meu carro era o novo ponto de encontro da fauna urbana. E no meio disso tudo, o GPS ~ aquele comedor de mortadela digital ~ insistia que eu virasse numa rua que, claramente, existia só nos sonhos molhados de um engenheiro da NASA.

Toda música de verdade tem um baixo. Não estou falando daqueles sons que só servem pra tremer o parachoque ~ falo daquele thump profundo que faz o coração bater no compasso da vida, da nota que entra pela alma e sai pelos pés. O baixo é o profeta das canções: ele não grita, não aparece nas capas de disco, mas sem ele, até o Freddie Mercury ficaria sem graça.

No Desembréia de Deus, essa filosofia vira lei. Meu Toyota Yaris é movido a gasolina, fé e playlists que fariam São Pedro pedir o fone emprestado. Um dia é Led Zeppelin ecoando Ramble On enquanto rezo pra não errar a saída da Marginal; no outro, é o GPS me jurando que a Rua Augusta ~ aquela selva de letreiros neon e motoboys kamikazes ~ é um “lugar tranquilo”. [Spoiler: não é. A não ser que você considere tranquilidade uma kombi de mate doce buzinando no seu ouvido.]

Mas naquele dia específico, a cidade decidiu que eu merecia um upgrade na sina. Em vez das habituais discussões com semáforos ou passageiros que confundem “vire à esquerda” com “vire o disco e toque o mesmo”, São Paulo me presenteou com uma trilha sonora escrita por anjos roqueiros.

Tudo começou com Ramble On, do Led Zeppelin, ecoando no Desembréia. O baixo de John Paul Jones fazia meu Toyota Yaris Sedan XL tremer como se fosse uma Harley-Davidson. Foi então que avistei Yas: na calçada, com um coque bem preso sob uma touca de Chef, sorriso de quem acabou de ganhar na loteria, e uma energia que faria Robert Plant reverenciar.

— Bom dia! Tudo bem se o som continuar? ~ perguntei, já sabendo que ninguém resiste a um bom riff de Led Zeppelin.

— YAS, YOU CAN! ~ ela respondeu, entrando no carro com a confiança de quem vai desfilar no Rock in Rio.

— Seu nome é Yas mesmo? ~ indaguei, já achando que era um apelido.

— Não, mas adotei como lema de vida depois que minha família me deu um nome comum demais ~ respondeu com um sorriso travesso.

Foi assim que começou uma das corridas mais elétricas dos meus dias como “Uber-frei”. Yas não era apenas uma passageira, era um verdadeiro furacão de glitter. Vinda do Espírito Santo com quase 17 anos para ser modelo, ela descobriu que sua verdadeira paixão estava em cortar cebolas sem chorar [ou algo do tipo, sou leigo em gastronomia]. Mas claro, ela não deixou a carreira de modelo pra trás ~ entre uma sessão de fotos e outra, Yas estava concluindo a graduação em Gastronomia. E isso, meus amigos, era um segredo absoluto!

— Tô me formando em Gastronomia, mas shhh… é segredo! ~ confidenciou ela, como se o GPS pudesse dedurar. — Meus pais acham que ainda tô só posando de biquíni na praia. Em junho, vou surpreendê-los com uma moqueca dos deuses divina de deixar Capixaba chorando ao comer, e um diploma!

Enquanto conversávamos, o Desembréia parecia dançar nas ruas de São Paulo. Até que, sem aviso, uma abelha decidiu fazer uma visita.

Olha, eu não tenho diploma de biólogo – meu conhecimento sobre abelhas se resume a saber que elas fazem mel, vivem em colmeias e não costumam aparecer nas capas de álbuns do Metallica. Então quando uma abelha resolveu fazer um pouso não autorizado no ombro da Yas, meu nível de alerta foi direto para “Defcon Apícola”.

Ali, naquele momento crucial, me dei conta de uma triste realidade: o kit de emergência do Desembréia de Deus tem até terço benzido, band-aid do Snoopy e um saquinho de sal grosso pra espantar mau olhado… mas Vitex? Nem pensar. O máximo que eu poderia oferecer em caso de picada seria um…

— Relaxa, Frei! ~ disse ela, sem perder a pose de quem já posou com jacarés em sessões de fotos. — Abelhas são polinizadoras, sabia? Sem elas, não tem comida, não tem flores… nada!

Enquanto ela fazia esse discurso digno de TED Talk, a abelha parecia aprovar com um zumbido suave. E eu, dividido entre a admiração pela cena e a lembrança de que meu extintor de incêndio estava vencido desde 2019, tive uma epifania:

— Essa abelha veio do casamento da Gabriela! ~ exclamei, como se tivesse acabado de desvendar um mistério digno de Sherlock.

Explico: naquela manhã, minha primeira corrida foi com a Gabriela, uma mulher talentosa e expert em eventos, além de madrinha de casamento da Jolie, que se casou em um abençoado sábado às 8h da manhã, em um local super acolhedor na Vila Anglo Brasileira, ali na região de Perdizes. Na primeira viagem, Gabriela levou os arranjos florais, mas acabou esquecendo o buquê na geladeira, e tivemos que voltar para buscá-lo. O buquê estava tão deslumbrante que até o Yaris ficou com ciúmes. Agora, eu suspeitava que a abelha era uma convidada VIP do casamento, aproveitando a carona para conhecer São Paulo.

— Então essa abelha é tipo plus one? ~ Yas riu. — Vou contar pra Gabriela que o inseto marcou presença, sim!

A corrida durou apenas 12 minutos, mas Yas deixou um rastro de glitter e boas energias por onde passou. Ao sair do carro, ela olhou para o Desembréia e disparou:

— Seu carro é igual a um croissant: simples por fora, mas por dentro… perfeição em camadas.

Até hoje não sei se foi um elogio ou uma crítica ao estado do banco traseiro, mas prefiro acreditar que foi a primeira opção.

Enquanto ela desaparecia no horizonte, Ramble On voltou a tocar. A letra parecia um recado direto do além:

“As folhas estão caindo por toda parte… é hora de pegar meu caminho.”

Pois é, John Paul Jones. Yas seguiu o dela, a abelha voltou para os jardins da Vila Anglo, e eu fiquei aqui, refletindo que São Paulo é a única cidade onde uma modelo-gastrônoma, uma abelha freelancer e um frei motorista podem criar uma verdadeira sinfonia ~ desde que o baixo esteja no volume certo.

P.S.: Yas, se um dia abrir um restaurante, me chama. Prometo manter segredo sobre o diploma!

Frei e-uBer, motorista de histórias e espectador de vidas, assina esta crônica entre um congestionamento e uma esperança.
LuzeAzvdo-Frei_e-uBer
Em cada corrida uma Estória. Em cada Estória: Fé que transforma!
Frei e-Uber | Desembréia de Deus
Artigo anteriora 'Doutora' e o Anjo de São Bernardoa Doutora e o Anjo de São BernardoPróximo artigo 'Viva o hoje: o ontem já se foi; o amanhã ainda não chegou.'Viva o hoje: o ontem já se foi; o amanhã ainda não chegou.

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

2 × 1 =

o que é a Desembreia de Deus

O Frei e‑Uber é mais que um motorista dentro da Desembréia de Deus com hábito religioso ~ ele é uma experiência religiosa sobre rodas: une o papel de “condutor de pessoas” ao de “condutor de alma”, gerando um leito único para quem o encontra. Igreja, agora, em movimento.

Por que o Frei e‑Uber faz sentido hoje?

  • A religião entra no asfalto: num mundo que exige mobilidade, essa “Igreja itinerante” alcança passageiros no espaço mais íntimo do dia a dia.

  • Espiritualidade inclusiva: não exige assentos marcados, apenas um deslocamento com propósito.

  • Empatia sobre rodas: ele conecta o tempo ~ e o motor ~ da fé com a rotina apressada, oferecendo pausa, palavra e presença atenta.

  • Aqui, o dízimo é simples: Curtiu? Comenta. Gostou? Compartilha. Essa é a fé que sustenta esse templo de ideias.

    Pode parecer pouco: curtir, comentar, compartilhar. Mas pra quem planta palavras e sonha com diálogos, isso vale ouro. É assim que a colheita começa ~ com afeto em forma de clique.

Posts recentes

Como um Hit dos Anos 70 Previu Nossa Crise Existencial no TikTok14 de maio de 2025
Silêncio no Rádio, Voz no Coração2 de maio de 2025
‘Viva o hoje: o ontem já se foi; o amanhã ainda não chegou.’22 de abril de 2025

Categorias

  • Acontece
  • Cidade Revelada
  • De Boca Cheia
  • Desembréia de Deus
  • Feira Livre
  • Lifestyle
  • mensagem bom dia
  • Music
  • Others
  • People
  • Rastro & Rabisco
  • Trends
  • Verde que te quero viva
  • Você Sabia
  • WordPress

Tags

Agency Apollo13 Information Popular Rastro & Rabisco WordPress

Papo Reto: 11 986 939 147

Desembréia: 02861-060 – Brasil, São Paulo, Cachoeirinha, Vila Rica, Ouvídio José Antônio Santana.

LuzeAZVDO WordPress Theme ❤ Made by eco.das.letras
LuzeAzvdo-Frei_e-uBer

Frei e-Uber

A cidade grande não recebeu o jovem sonhador com braços abertos. Sem dinheiro e sem conhecer ninguém, dormiu em rodoviárias e passou fome antes de encontrar um emprego lavando pratos em uma lanchonete. Subiu para chapeiro e depois subchefe, trabalhando exaustivamente, agarrando cada oportunidade, cada centavo. Mas a promessa de voltar para buscar sua família parecia sempre mais distante.