desembréia de deus
  • A Desembréia
    • no Volante
    • na Estrada
    • na Paisagem
      • Acontece!
      • Cidade Revelada
      • De Boca Cheia
      • Feira Livre, Feira Viva
      • Rastro & Rabisco
      • Solta o Som, SP!
      • Verde que te quero viva
      • Você Sabia?
    • em Números
    • no Pensamento
  • Albums
  • Blog
  • Frei e-Uber
  • Contato

Carona de Palavras

Dormi na segunda, acordei na Sul-americana

De sábado pra domingo, adormeci no pesadelo da Série B e despertei na leveza de uma vaga continental ~ como se o futebol, esse velho ilusionista, tivesse decidido lembrar ao mundo que o Santos ainda sabe virar páginas enquanto os rivais continuam tropeçando nas mesmas linhas tortas.

Dormi na segunda, acordei na Sulamericana.
Dormi na segunda, acordei na Sulamericana.
Carona de Palavras

escapar da segundona não é troféu. Não deveria ser. É só dignidade mínima ~ ainda que muitos por aí tenham falhado nessa aritmética simples. A esses, deixo um abraço apertado e a torcida pra que 2026 seja menos cruel.

Fotos: Santos FC
Página oficial do Santos FC • http://facebook.com/santosfc • http://instagram.com/santosfc • http://youtube.com/santosfc • http://tiktok.com/@santosfc

então… Eu dormi abraçado ao pesadelo da segunda divisão, daquele sábado pra domingo em que a insônia vinha com o barulho de cada meme, cada provocação, cada “acabou pro Santos”. Acordei meio azedo, confesso. Mas o domingo ~ ah, o domingo ~ fechou com a chave que só o Peixe sabe carregar: vaga carimbada na Sul-Americana. E, de quebra, aquela visão apetitosa dos meus maiores detratores ficando para trás, ofegantes, sem conseguir acompanhar o rastro de história que o Santos deixa até quando tropeça.

A Vila Belmiro… essa sim é o coração pulsando do futebol. É templo, é relíquia, é mais que um estádio: é onde Pelé se transformou em mito diante de olhos que nem imaginavam estar testemunhando o nascimento de um universo novo. É chão sagrado. É patrimônio afetivo de todo torcedor que sabe que futebol é memória, é encanto, é herança. Mas tem gente que insiste em viver na lógica pequena de planilha: números frios, opiniões tortas, argumentos de quem não entende que o Santos não é clube ~ é Patrimônio Histórico. E Patrimônio Histórico não se apequena.

Os vascaínos repetiam com convicção de profeta: “O melhor pro Santos é virar SAF”. Como se a salvação viesse de um CNPJ brilhando. Os corintianos, generosos na soberba alheia, juravam que cair pela segunda vez faria o Peixe aprender humildade ~ como se humildade tivesse endereço no Parque São Jorge. Agora, ao fim da 38ª rodada, dou uma respirada funda, olho a tabela e me deparo com poesia: Vasco fora de competição internacional; Corinthians com míseros 13 pontos e flertando sem pudor com a zona; e o meu Santos avançando, respirando alto, batendo no peito, dizendo “tô vivo”.

Eu nem ia falar dos palmeirenses, juro. Mas eles pedem, provocam, cutucam como quem tá com tempo sobrando. Com o maior caixa do país ~ ah, e a tal da Lei-lá que vive sendo citada como mantra ~ com toda estratégia financeira, toda pose de clube-empresa sem ser, 2025 foi um ano de finanças empinadas… e conquistas de bolso vazio. Nem título, nem experiência adquirida, nem lição de moral pra contar. Dinheiro não compra taça, e muito menos narrativa.

Também não me iludo: escapar da segundona não é troféu. Não deveria ser. É só dignidade mínima ~ ainda que muitos por aí tenham falhado nessa aritmética simples. A esses, deixo um abraço apertado e a torcida pra que 2026 seja menos cruel.

E sigo acreditando: com ou sem Neymar, o Santos ainda vai brilhar. Porque, no fim das contas, nos falta o Caixa dos Consignados do Palmeiras, nos falta a empáfia do Vasco, nos falta ~ graças aos céus ~ a soberba alvinegra de quem não admite ser menor que o Peixe. Falta tudo isso, mas sobra identidade. Sobra história. Sobra camisa.

E aí descubro uma coisa curiosa: entre planilhas, palpites e promessas vazias, subir ou cair vira quase detalhe. Porque os verdadeiros campeões são esses que sabem driblar a vergonha com a mesma maestria com que driblamos a esperança todas as vezes em que ela tenta escorregar do nosso pé. Enquanto isso, eles seguem presos no VAR da vida, buscando linha imaginária pra validar os próprios absurdos ~ e mesmo assim errando a checagem.

O Peixe? O Peixe segue. Sempre segue. E quando segue, incomoda. É da nossa natureza.

Frei e-uBer, motorista de histórias e espectador de vidas, assina esta crônica entre um congestionamento e uma esperança.
LuzeAzvdo-Frei_e-uBer
Em cada corrida uma Estória. Em cada Estória: Fé que transforma!
Frei e-Uber | Desembréia de Deus

Papo Reto: 11 986 939 147

Desembréia: 02861-060 – Brasil, São Paulo, Cachoeirinha, Vila Rica, Ouvídio José Antônio Santana.

@Luze.Azevedo
@Frei.eUber
LuzeAZVDO WordPress Theme ❤ Made by eco.das.letras
LuzeAzvdo-Frei_e-uBer

Frei e-Uber

A cidade grande não recebeu o jovem sonhador com braços abertos. Sem dinheiro e sem conhecer ninguém, dormiu em rodoviárias e passou fome antes de encontrar um emprego lavando pratos em uma lanchonete. Subiu para chapeiro e depois subchefe, trabalhando exaustivamente, agarrando cada oportunidade, cada centavo. Mas a promessa de voltar para buscar sua família parecia sempre mais distante.

Foto de Matheus Natan: https://www.pexels.com/pt-br/foto/pessoas-cruzando-a-rua-1813406/