Já tivemos os bebês reborn que custavam mais que um carro usado, sobrevivemos à febre dos Bobbie Goods que transformaram adultos em terapeutas de si mesmos com lápis de cor, e agora chegamos ao ápice da evolução regressiva: adultos chupando chupetas como se tivessem voltado ao berço.
Sim, meu caro discípulo do Frei.eUber, o progresso chegou a um ponto tão avançado que a única maneira de seguir em frente é voltar para trás ao estilo dos Flintstones. Nossos avós sonhavam com os Jetsons e seus carros voadores; nós, com bicos de silicone. Que engenhosidade! Por que enfrentar problemas quando podemos simplesmente sugar um acessório e esquecer que eles existem?
Imaginem a cena: o CEO ~ signo de leão ~ apresenta os resultados da empresa com uma chupeta cravejada de strass. Nas ruas, nos escritórios, até nas reuniões de diretoria, o fenômeno cresce como gripe de jardim de infância. A geração Z, tão conectada que até seus sonhos têm Wi-Fi, descobriu que a forma de “desconectar” é plugar uma chupeta na boca.
Os especialistas a bordo da “Desembréia de Deus”, chamam de “porto seguro simbólico”. Ora, como se já não estivéssemos atolados de símbolos, emojis e hashtags. Antigamente, os ursos de pelúcia ficavam escondidos no armário; hoje, penduramos Labubus no cinto como se fossem armas contra a realidade. E as chupetas? Ah, essas viraram o troféu final: o acessório premium do “não quero crescer”.
Outro passageiro garante que é “regressão”. Descoberta genial! Quem poderia imaginar que adultos com diplomas universitários buscariam conforto no mesmo objeto que usavam quando ainda usavam fralda noturna?
Mas não pense que isso é fraqueza. Não, meu irmão, é resistência. Resistência à maturidade, à responsabilidade e, sobretudo, à terapia paga em dez vezes no cartão. Afinal, para que análise freudiana se temos chupeta personalizada com o signo do zodíaco?
Os alertas sobre fala prejudicada, dentes desalinhados e bloqueio emocional até parecem ameaça. Que perigo, não Frei? Afirma a dentista a bordo da Desembréia. Ter de articular palavras, sentir emoções e sorrir com dentes retos. Um horror! Comento finalizando maus uma corrida.
Enquanto isso, as redes sociais florescem em tutoriais: chupeta no trânsito, chupeta no trabalho, chupeta contra burnout. Tem até passo a passo para customizar com miçangas, porque se existe uma definição de maturidade é combinar acessórios bucais com o look do dia.
Será que regredir é o novo progresso? Tudo indica que sim. Enquanto a humanidade sonhava com viagens interplanetárias, descobrimos que a jornada cósmica mais revolucionária é o retorno ao útero ~ experiência que eu mesmo conheci tomando ayahuasca no Santo Daime.
Agora, se me derem licença, preciso abrir o aplicativo e pegar mais uma corrida. Prometo dirigir com segurança ~ desde que minha chupeta de edição limitada não caia no tapete.